De uns tempos pra cá sofro de um dilema que não consigo resolver: Só escrevo bem quando estou mal. É quase que um fato. Sou atingido por um bloqueio criativo sem tamanho simplesmente por estar feliz.
Eu sei que parece um desculpa de escritor de 9ª categoria, mas a verdade é que se neste momento entrasse em uma crise de depressão estaria escrevendo 57 linhas por minuto. E nem precisaria de nenhum holocausto ou 3ª Guerra pra isso... Se meu cachorro morresse já bastaria.
Tenho até me esforçado pra escrever boas histórias, mas sempre paro no meio do texto e digo: “Isso tá uma merda!”. Tudo que eu escrevo parece se perder no meio do caminho e não possuir uma gota de profundidade ou interesse.
(In)felizmente nada me faz chorar nos dias de hoje. Não tenho nenhum problema em meus relacionamentos amorosos, meu chefe não passa um dia sem elogiar meu trabalho (que é fazer o que gosto e ganhar pra isso) e mesmo bebendo desregradamente sinto-me um exemplo de espécime humano na mais perfeita saúde. Quando saio de casa não acontece um acidente de carro, não presencio uma briga de rua e não vejo nenhum avião cair (e olha que tem caído muitos ultimamente).
Chego a ter saudade de todos os pés-na-bunda que já levei... Lembro que me sentia como uma máquina de escrever ambulante cada nova vez que me partiam o coração. Talvez o meu segredo para ser um escritor de sucesso seja uma namorada que me traia constantemente, um subemprego de salário mínimo e descobrir que tenho uma doença genética rara e incurável. Enquanto isso não acontece, acho que vou frequentar grupos de auto-ajuda de que não preciso e começar a ler os livros do Paulo Coelho... ALGUÉM ME DEPRIMA, POR FAVOR!
O PODER DEVASTADOR DE UMA MULHER.
Há 3 semanas