quarta-feira, novembro 05, 2008

Crônica do publicitário

quarta-feira, novembro 05, 2008
Eu sempre soube que quando entrasse para a faculdade de comunicação e me formasse (isso já faz alguns anos), também estaria entrando no hall dos seres mais odiosos que existem a partir do momento que me formasse publicitário. Meu trabalho sempre foi convencer as pessoas à comprarem o que não precisavam e consumir tudo que não podiam, sendo assim depois dos políticos e advogados é claro, não posso negar o lado mais demoníaco da minha profissão (se eu fosse bonzinho teria feito assistência social).

Apesar disso ,o que mais me incomodou durante todos esses anos foram os pseudo-intelectuais que insistiam em dizer que os publicitários não conseguem ter um conhecimento mais aprofundado sobre determinados assuntos, que nunca são especialistas e que não passam de “um buraco de búlica...raso de conhecimento”. Pois é, já disseram isso pra mim.
Pois eu digo: E daí? O publicitário não precisa saber. O publicitário precisa saber o suficiente.
Então nesta madrugada depois de uma garrafa do meu melhor whisky e uma transa mal dada com a minha pior amante (devia ter parado na parte do whisky), resolvi escrever uma resposta a todos esses chatos.
Antes que alguns pensem que isso não passa de uma desculpa para ser burro, e talvez até seja, acompanhem meu raciocínio:

Você sabia que as letras do seu teclado não são em ordem alfabética porque por convenção elas são iguais as de uma máquina de escrever ,e como estas travavam caso fossem datilografadas muito rapidamente, algum idiota resolveu que embaralhar as letras resolveria o problema, mas depois que a pessoa se acostuma, tudo fica na mesma?

Você sabia que durante a Guerra Fria e a Corrida Espacial os norte-americanos gastaram milhões de dólares pra inventar uma caneta antigravidade que escrevesse no espaço, enquanto os Russos levaram um lápis?

Você sabia que no dia 4 de julho de 1776, o Rei George III da Inglaterra escreveu em seu diário: “Hoje nada de importante aconteceu” e enquanto isso do outro lado do oceano, as suas colônias norte-americanas assinavam a declaração de independência dos E.U.A ? Ou seja, ele tava F*#$&@!

Agora responda sinceramente, que diferença isso fez na sua vida? Isso realmente importa? É claro que não porque existe algo chamado “conhecimento inútil” e esses são apenas alguns exemplos (eu tenho bastantes por sinal).

Aí vocês podem me dizer:
“ Mas o conhecimento nunca é demais!”
Então eu respondo:
“ Tudo pode ser demais”

Acompanhem meu raciocínio novamente:
Todo mundo gosta de um bom vinho, mas vinho demais embriaga.
Todo mundo gosta de chocolate, mas chocolate demais dá dor de barriga.
Todo mundo gosta da verdade, mas verdade demais machuca.
Tudo...tudo pode ser demais.

Sendo assim eu pergunto, qual é a missão de um publicitário? Se você acha que é vender está totalmente enganado, já que , além de existirem várias maneiras de se vender algo , vender não passa de uma consequência do real objetivo deste comunicador. Convencer.
Tal missão deve ser executada através de um diálogo onde o comunicador tenta persuadir o receptor (essa última mérito dos professores), mas se quem recebe a mensagem não passar de uma anta, de que me serve tanto saber? É como querer matar uma barata usando um revolver calibre 38. É como querer cavar um buraco de búlica usando uma escavadeira. Esse é o “conhecimento inútil”.

Eu só preciso saber o suficiente pra convencer aquela anta, e como cada anta é um assunto diferente , é melhor eu saber um pouco de tudo, que tudo de apenas um pouco. Assim eu convenço um zoológico inteiro.
Sim, nossa principal missão é convencer. E se para isso eu não preciso de mais do que algumas palavras...porque eu escrevi um texto deste tamanho?

1 deixaram-se levar pelo caos:

Séfora disse...

Vc precisa convencer um colega meu que não acredita que publicitários ou marketeiros convencem as pessoas a fazer coisas kkkkkkkkkk

 
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